Origem da Religião

Historia:

É comum agruparmos os escravos vindos da África em doas categorias: sudaneses e bantos.
Ao sudaneses vieram de Daomé, da Nigéria e do Sudão. Pertencem as tribos Nagôs (ou yoruba), gegê, fanti-ashanti (negros-minas) e haussás (de cultos islamizados). Sua cultura era de mogo geral, superior a dos bantos.
Os bantos vieram do Congo, de Angola, de Moçambique e Quelimane. Sudaneses e bantos geralmente se misturavam, formando uma única população escrava, com o conseqüente cruzado biológico e cultural.

Religião dos africanos:

Os sudaneses (nagô ou yorubas): Conheciam a divindade suprema Olorum (o céu), mais que não era cultuada. Cultuavam cerca de 400 Orixás diferentes. Mais os seus principais eram:
Obatalá ou Orixalá (o grande Orixá, o firmamento)
Odudua (a terra). Destes dois nascem:
Aganju (a terra firme)
Yemanjá (a água): deste nasceu:
Orungan (o ar). Do amor incestuoso deste por sua mãe Yemanjá, brotaram os demais Orixás:
Xangô (personificação do raio)
Ogum (personificação da guerra)
Oxalá (Orixá dos lagos)
Dadá (Orixá dos vegetais)
Oxósse (divindade da caça)
Xapanã (divindade das doenças)
Olokum (divindade do mar)
Ajaxaluka (divindade da saúde)
Exu (mensageiro entre os homens, e os Orixás, identificado primeiro pela fertilidade)
Ifá (Orixá da adivilhação)
Ibêji (protetor dos gêmeos)

Os gegê (ou dameanos): Chamam os Orixás de Voduns, sendo os principais:
Namã (divindade do mar)
Dã (a cobra)
Legbá (corespondente a Exu)
Cada um destes Voduns (Orixás), tem suas insígnias e seus sacrifícios característicos.

Os bantos: Não cultuavam os Orixás, mais sim as almas (Eguns), e acima deles apenas um Deus supremo, Zambi. As almas dos mortos passaram a se chamar mais tarde de Zambis (Zumbis), e vagueiam.

A religião dos Índios:

Os africanos no Brasil encontraram-se com os Índios, com o conseqüente cruzamento biológico e religioso. O Índio admitia um principio superior pessoal, Tupã, e uma infinidade de deuses ou gênios. Entre eles temos:
Yara ou Uayara (divindade da água e dos rios, protetora dos peixes)
Jurupari (espírito mau, que veio a ser identificado como o demônio)
Curupira (protetor das florestas e dos animais)
Anhangá, Boitatá, Caipora e Saci-Pererê.
Os povos Tupis, tinham muito medo das almas do falecidos e acreditavam piamente que elas voltavam em formas de animais, vagando principalmente a noite.
Os Pajés eram os conselheiros e orientadores que ensinavam aos Índios como afastar as almas dos falecidos e o Jurupari. Também curavam doenças. Os Índios conheciam a arte da feitiçaria propriamente dita.

O índio, a partir de D. João VI, foi exaltado como representação material da nacionalidade brasileira. O negro aceitou essa posição, presumindo que o Índio era Deus, e elevou-o para suas unidades religiosas na figura do Caboclo.

Religião Católica:
Os escravos era batizados e catequizados rudimentarmente nos navios que os traziam para o Brasil por missionários jesuítas e franciscanos, ou então nos portos de desembarque. Eram feitos cristãos a força.recebiam um nome cristão e ate o sobre nome era mudado. Perdiam sua identidade. Os portugueses não toleram as praticas religiosas negras. Conseqüência: Os africanos procuraram identificar os orixás com os santos católicos. Assim, Jesus Cristo se identificou com Oxalá, o primeiro dos Orixás.
Yemanjá com a Virgem Maria
Xangô com São Jerônimo
Oxósse com São Sebastião
Ogum com São Jorge
Iansã com Santa Barbara
Xapanã com São Lázaro, São Roque ou São Bento
Oxumaré ou Oxum com São Bartolomeu
Nanã Buruke com Santa Ana
Ibêji com São Cosme e Damião
Obá com Santa Joana D’arc.
Ifá com o Espírito Santo
Exú com o Demônio, e etc...
Algumas identificações vieram segundo os lugares.

Religião Espírita:
Teve influencias com os cultos afro-brasileiros. Eles tinham a comunicação com os mortos, a reencarnação, os passes, adivinhações pela água e a ênfase na caridade assistencial e no aconselhamento.

Ocultismo:
O contato com ele, a partir de 1930, trouxe para a Umbanda as defumações, os banhos de descarga, os pontos riscados, os “trabalhos e encantações”, etc...

Resultados do sincretismo que são os chamados cultos afro-brasileiro:
Pajelança (Amazonas e Pará)
Casa de Mina (Maranhão)
Catimbó (do Piauí ao Rio grande do norte)
Xangô (da Paraíba ao Sergipe)
Candomble (Bahia)
Macumba (quimbanda) e na Umbanda (Espírito Santo, Rio e São Paulo)
Batuque (no Rio Grande do Sul)
Essas colocações nos ajudam a enterder melhor os cultos Afro-brasileiros existentes atualmente.


CANDOMBLE (atabaque):
O Candomble incorpora elementos das religiãos africanas (é o predominante).

Doutrina:

Olorum é o ser supremo e criador, mais que agora rege o mundo através de outras divindades. Não tem culto nem é representado, talves por que é considerado tão grande que ninguém pode entrar em contato com ele. Entre os bantos é conhecido como Zumbi ou Zambiapongo.
Os Orixás vem abaixo de Olorum. Oxalá é o pai e chefe de todos os Orixás. É o avô de todos os homens. Controla as funções da reprodução. Veste-se de branco. É comsiderado com Jesus Cristo (na Bahia com o Senhor do Bonfim). Oxalá é conhecido sob duas modalidades: Oxalupã, velho, e Oxadinhã, moço (como o Menino Jesus).
As outras divindades abaixo de Oxalá são chamados Orixás (pelos nagôs), Voduns (pelos gegês), Inkices (pelos bantos) e Encantados ou simplesmente Santos (pelos outros).
Os Orixás tem o trabalho de decidir as questões humanas, são mensageiros de Deus, encaregados por ele de governar o mundo e de interferir a favor dos homens e puni-los quando necessário. A criança pelo movimento que faz no útero materno, já denuncia como sendo devoto de tal ou qual Orixá. Esse Orixá ira comandar a vida desta pessoa ate a morte. Ao nascer ela é dedicada a seu Orixá, isso significa que a pessoa procurara se identificar com ele. Ex: se o Orixá gosta de cães, ela deve gostar de cães, se o Orixá não gosta de quiabo, ela não vai gostar de comer quiabo, se o Orixá não gosta de certa pessoa por ser de outro Orixá, ela também não vai gostar dessa pessoa. A pessoa deve ser crente em receber seu Orixá, homenageá-lo, recebê-lo (se a pessoa for capaz de um transe místico) ou servi-lo. A pessoa se submete a uma serie de cerimônia religiosas de iniciação. Um é o período para os que vão ser filhos de santo (vão ser os cavalos dos Orixás. A pessoa é tão infinitamente pequena diante dos Orixá que são chamados de cavalos), o outro é o período para os ogãs e ekebis (os que não são capazes de ter transe místicos).

Na África o numero de Orixás era 401. Hoje os principais Orixás nagôs são:

Xangô ou Iobô entre os gegês, Zaze entre os bantos – É poderoso e o seu próprio nome significa a própria casa, o templo onde se realizam as cerimônias. Identificado como São Jerônimo, sua festa é no dia 30 de setembro, suas cores são o branco e o vermelho, e sua insígnia é um machado com asas.

Oxósse ou Odé – identificado com São Sebastião, sua festa é no dia do Corpos Christi, sua cores são o verde, o azul escuro e o vermelho, e sua insígnia é o arco e flecha.

Ogum ou Gum entre os gegês, Sumbo entre os bantos – identificado com Santo Antonio (Bahia) e São Jorge (no Rio grande do sul), e o dono das encruzilhadas, devido a ligações com os Exus. Sua cor é o azul. Seu dia é o 23 de abril, e sua insígnia é sua espada e seu escudo.

Xapanã – Como velho identificado com São Lázaro ou São Bento, ou como moço com São Roque. É o medico dos negros. Sua festa é no dia 16 de agosto, sua cor é o lilás, e sua insígnia é o Xaxará (um feixe de ramos de palmeira enfeitado com búzios).

Orôko – Identificado como São Francisco de Assis. É um Orixá que baixa raramente nos terreiros.

Oxumare ou Obecem – Identificado como São Bartolomeu, festa no dia 24 de agosto, sua cor é o amarelo e o branco.

Ibêji (Bêji) ou Hohô – Identificado como os gêmeos São Cosme e Damião, ou São Crispim e São Crispiniano. Os erê, meninos, aparecem depois da manifestação de outro Orixá, para fazer a transmissão para o estado normal (chamados então de Axerô). Sua festa é no dia 27 de setembro, sua insígnia é a pena da escrita.

Nanã ou Nanã Buruke entre os gegês, Kerê-kerê entre os bantos – Identificada como Santa Ana, sua festa é no dia 26 de julho, cor azul claro e branco. É a mãe de todos os Orixás, a mais velha mãe das águas.

Yemanjá – Primeiramente identificada com Nossa Senhora da Conceição e hoje como Nossa Senhora dos Navegantes. A deusa é cultuada com ligação diretamente com a família. Festa no dia 2 de fevereiro, sua cor é o azul celeste e o branco (transparente), e sua insígnia é o abebé.

Oxum – Primeiramente identificada como Nossa Senhora das Candeias, e hoje como Nossa Senhora Aparecida. Sua festa é no dia 8 de dezembro. É a deusa das fontes e dos rios, do ouro e da felicidade. Sua cor é o amarelo ouro, e sal insígnia é o espelho.

Iansã – Identificada como Santa Barbara, sua festa é no dia 4 de dezembro. Sua cor é o vermelho e o branco e sua insígnia é a aliança.

Ossaê ou Oxanhã – Identificado como o caipora indigina, deus do mato, 6 meses do ano mulher e 6 meses do ano homem. Suas cores são o verde e o rosa, e sua insígnia é a cabaça (onde guarda suas folhas).

Obá – Deusa guerreira identificada como Santa Joana D’arc. Sua cor é o rosa, e sua insígnia é a navalha.

Exu ou Elegbará, Legbá entre os gegês, Aluvaiá ou Bombomgira (origem da palavra pomba-gira) entre os bantos – é o intermediário entre os Orixás e os homens. Assim, se alguém quer conseguir algu de algum Orixá, deve omenagear o Exu, por sua influencia, o conseguirá mais facilmente, caso contrario desencadeia as forças do mal. Por isso dar-lhe o primeiro momento do ritual. O barracão (o assentamento de Exu) do Exu, é uma casinha fechada e cadeada, e em sua representação ele esta armado com suas sete feramentas.

Representações:
Os Orixás são representados por forças de determinados lugares da natureza (água, pedreira, cachoeira, campo, chuvas e etc...), lugares onde predominam e moram, ou então por suas insígnias, ou seus axés.

Saudações:
Cada Orixá tem sua própria saudação (uma palavra que salda aquele determinado Orixá). Eles servem para saudar as divindades durante as cerimônias, dando mais força e vibração as musicas e as danças.

Danças:
Cada Orixá tem sua maneira própria e especial de dançar. Xangô dança com as mãos no ar, Ogum carregando sua espada, Obá escondendo a orelha, Oxum a se admirar no espelho e assim por diante...

Instrumentos musicais:
Atabaque (essencial para se invocar os Orixás)
Agogô (objeto de ferro, com duas campânulas superpostas, que é batido com uma vareta de ferro)
Cabaça (coberta com uma rede de malhas de contas de Santa Maria)
Adjá (usado para auxiliar o batuque)
Caxixi (saquinho de palha trançado, cheio de sementes)

Hierarquia:
Chefe é o Pai de Santo ou Babalorixá (entre os nagôs)
Vudunô (entre os gegês)
Tatá de Inkice (entre os bantos)
Padrinho ou Zelador (nas rodas de Caboclos)
Se o chefe for mulher, é chamado de Mãe de Santo ou Iyalirixá (entre os nagôs)
Vudunô (entre os gegês)
Mameto de Inkice (entre os bantos)
Madrinha ou Zeladora (nas rodas de Caboclos)
Antigamente a chefia era só da mulher. Nada podese fazer sem a autorização do chefe. Sua palavra é lei.

Quanto ao poder espiritual a Hierarquia é a seguinte:
Pagi-gã (dono do gonga)
Iyalaxé (zeladora)
Iya Kêkêkê (mãe-pequena, administradora civil e religiosa do Candomble)
Oxogum (sacrifícios de animais)
Ogãs (protegem o Candomble)
Filhos e filhas (corrente)
Ekéde (filhos devotos, mais sem a capacidade de recebê-los)
Abiãs (assistência)

Reencarnação:
Conforme a doutrina da religião, o homem após sua careira terrestre (feliz ou não), vai para junto dos Orixás numa região de felicidade. As almas dos que tiveram um bom crescimento espiritual, enquanto encarnados recebem alguma recompensa, e os que não tiveram, retornam para a terra tendo uma segunda, terceira, quarta... milhares de chances (portanto que nunca faça nada que possa ferir seu semelhante) ate obter o seu crescimento espiritual, por seu esforço próprio.


UMBANDA

A palavra umbanda é resultante da união dos sete arcanjos, por isso possui sete letras “UMBANDA”. A palavra Umbanda também possui três silabas que significam Pai, Filho e Espírito Santo. Seus significados seriam: “Legionário de Deus”, “Luz divina”. Mais segundo seus ancestrais, significa “ora do sacerdote” (ora = lugar onde se pratica os cultos).

Elementos da Umbanda:
Elementos Africanos, ameríndios, católicos, da bruxaria européia (São Cipriano), elementos constantes das superstições universais (mau olhado) e o elemento Espírita Kardecista.

DEUS É ONIPOTENTE: irrepresentável, adorado sobre vários nomes. O homem é a partícula da divindade, finalmente reintegrada nela. Deus dorme no mineral, sonha no vegetal, desperta no animal e consiste no homem.

ORIXÁ E SANTOS: estão em um plano superior de evolução e chefiam legiões (reinos) e falanges. Abaixo de Deus, está Oxalá (Jesus Cristo), o maior dos Orixás. Na Umbanda todo Orixá é um santo, mais nem todo santo é um Orixá. Este erradia forças espirituais em circunstancias determinadas. No dualismo Orixá-Santo a os que viveram na terra e os que nunca tiveram vida humana. Uns e outros se entrelaçam formando linhas, em numero de sete.
(entidades animísticas) Orixás,
(espíritos dos índios) caboclos,
(espíritos de escravos africanos) pretos velhos.
Exu se divide em EXU PAGÃO e EXU BATIZADO.
EXU PAGÃO: é um espírito sem luz, que trabalha na magia do mal para o mal na quimbanda...
EXU BATIZADO: é um espírito em evolução q trabalha para o bem, para evoluir... o Exu so trabalha na linha da religião, depois de batizado.